Blog NAÇA É RAÇA!
Raio
A derrota no Pleno do TJD (por cinco votos a zero) foi como um raio em céu azul. Na véspera, a equipe comandada por Erick Moura havia arrancado um bom empate em Sete Lagoas, jogando um bom futebol, demonstrando que vai lutar pelo acesso até o último minuto. Porém, na noite de terça, a bomba: o Naça estava fora da Segundona.
Confusa
O Pleno do TJD acatou o recurso impetrado pelo Montes Claros FC, punindo o Naça com a perda de 6 dos 12 pontos que conquistou na 1ª fase. Na prática, a medida do Pleno concedia a 2ª colocação da Chave B ao tricolor do Norte de Minas, tornando ainda mais confusa a Segunda Divisão do Mineiro, paralisada por quase um mês e retomada 10 dias atrás.
Especulações
Notificada pelo tribunal, a Federação Mineira de Futebol deu 24h para a direção do Montes Claros dizer se ficaria ou não com a vaga. Entre a decisão do Pleno, na noite de terça, e a comunicação da desistência do MCFC, ocorrida na tarde de ontem (veja a nota da FMF), brotou um mundo de especulações.
"De um tudo"...
Primeiro surgiu Wantuil Rodrigues, técnico do Montes Claros, dizendo que o Bicho iria sim ficar com a vaga, que os jogadores não haviam sido dispensados, que a equipe estava pronta para jogar no próximo domingo, etc. (veja). Depois, o vai-não-vai da direção do Naça sobre recorrer ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio (veja aqui, aqui, aqui e aqui). Houve também quem suspeitasse de uma espécie de complô da federação para atingir seu clube do coração (veja dois exemplos, aqui e aqui). Enfim, como se diz por aí, teve "de um tudo"...
Surpresa
Mas faltava ouvir a direção do MCFC, que, em seu último pronunciamento oficial, feito no início do mês, havia desistido publicamente de disputar a Segundona (reveja). Na época, o fim dos contratos dos jogadores também chegou a ser noticiado (reveja), contradizendo assim as informações dadas recentemente pelo técnico do Bicho. Tudo indicava que o Tricolor havia se desmobilizado nas duas últimas semanas. A decisão do Pleno do TJD pegou todos de surpresa, inclusive o Montes Claros, autor do recurso julgado procedente pelo Pleno.
Presentão
Não deu outra. Joevile Mocellin, presidente do MCFC, em entrevista concedida ontem à Rádio JM e reproduzida na edição de hoje do Jornal de Manhã (que, a propósito, traz ótima cobertura sobre o caso e outras notícias do Naça; veja aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui): "O Montes Claros está desistindo. O nosso prazo é muito curto, nossos jogadores estão viajando e não dá tempo de reunir todo mundo para jogar nesse fim de semana. Vamos mandar uma carta pedindo desistência porque o campeonato pode parar mais uma vez e nós não queremos atrapalhar ninguém" (veja a matéria na íntegra). Dito e feito. Nem o Bicho esperava ganhar esse presentão do Pleno.
Resposta
Como entender então que o Pleno do TJD Mineiro tenha contrariado todas as decisões anteriores do tribunal sobre o caso (além de contrariar a própria federação, que deu sequência ao campeonato), beneficiando um clube que não estava preparado para cumprir a sentença proferida? As palavras de Marcelo Pallis, procurador do Naça, ajudam a responder a questão.
Campanha
"O Nacional não foi julgado na terça-feira. O que teve foi uma campanha política em que os três auditores do Pleno fizeram política. Eles são da ala concorrente a do presidente Sérgio Murilo, que é da situação e sério candidato para reeleição da presidência na OAB-MG. Derrubaram decisão do presidente visando uma situação eleitoral", disse Pallis ao JM (veja a matéria na íntegra).
Anulação
Vale lembrar que o Pleno é constituído por 9 auditores, com quórum mínimo de 5 auditores presentes. Na última terça, havia apenas 3 deles. Às pressas, 2 auditores da mesa do TJD foram chamados para completar a votação que condenou o Naça por cinco a zero. De acordo com Marcelo Pallis, o procedimento de convocar auditores da mesa não encontra amparo no Código Brasileiro de Justiça Desportiva, o que poderia levar à anulação do julgamento. Certamente seria esse o teor do recurso do Naça ao STJD.
Na parede
Passado o susto, fica uma sugestão para a direção do Naça: pegar a nota de desistência do MCFC emitida ontem pela FMF (veja a versão oficial da nota), imprimi-la, botá-la num quadro bem bonito, afixado na parede atrás da cadeira da presidência, com uma plaquinha embaixo contendo os seguintes dizeres: "que isso nunca mais se repita".
Ufa! Pero no mucho...
O sentimento de alívio é geral, mas seria bom se a euforia ficasse restrita aos torcedores Mão Preta. Diretoria, comissão técnica e jogadores deveriam encarar o sepultamento da pendenga jurídica que assombrava o clube como mais um fator de motivação para manter o foco na competição, que, por sinal, está dificílima.
Palmo a palmo
Basta ver o equilíbrio das duas primeiras rodadas da 2ª fase. Em 4 partidas disputadas, a Chave E registrou 3 empates (todos em 1 a 1) e apenas uma vitória (1 a 0 da Esportiva Guaxupé sobre o Minas LTDA). Somente 3 pontos separam o líder do último colocado. Valeriodoce e Naça estão rigorosamente empatados em todos os critérios. Resumindo: a disputa pelas duas vagas às semifinais está palmo a palmo. E o Naça não pode mais errar.
Momento corneta
A equipe fez um ótimo 1T contra o Valério e foi para o intervalo vencendo por "apenas" 1 a 0. Veio o 2T, os comandados de Erick Moura recuaram, o time de Itabira se animou, foi pra cima, empatou e por pouco não virou. Foram 2 pontos perdidos bobamente. Em Sete Lagoas, o Naça não repetiu a boa atuação no 1T, mas melhorou muito no 2T e jogava melhor quando sofreu o gol do Minas LTDA. O time não se abateu, as alterações de Moura surtiram efeito (especialmente as entradas de Guma e Chitão) e, na raça, buscamos o empate. Não tem jogo perdido. Esse é o espírito.
Data Naça
Pelas contas do Data Naça, se voltarmos de Guaxupé com uma derrota, ficaremos a 5 pontos da Esportiva, restando 9 pontos em disputa. Em caso de empate, a distância para o alviverde do Sul de Minas se manteria em 2 pontos, fazendo do jogo de volta uma verdadeira final de campeonato para o Naça. Agora, se vencermos no domingo, ultrapassamos em 1 ponto a Esportiva e embolamos de vez a tábua de classificação.
Na bola e na raça
Uai, então vamô pra cima deles, Naça! Na bola e na raça!
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